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Inclusão em tempos de quarentena


Estamos diante de desafios novos e interessantes, como aponta a educadora Silvia Ferraresi: “Fomos surpreendidos por uma pandemia que virou o mundo de ponta cabeça! Em poucos dias as escolas precisaram fechar, colocando por terra um calendário meticulosamente preparado para organizar a agenda apertada.

A preocupação de pais, comunidade escolar e sociedade tornou-se uma só: fazer o processo ser mais o tranquilo e enriquecedor possível para as crianças.

O formato das aulas, estratégias pedagógicas e avaliativas precisou ser rapidamente replanejado. A única alternativa possível é aceitar o momento e transformar esse caos em oportunidade.” - comenta Silvia Ferraresi.

Vejamos algumas ideias propostas pela educadora para auxiliar professores e pais nesse processo:


Dica 1 – Continue olhando para o seu aluno


Durante os primeiros meses de trabalho você teve a oportunidade de conhecer um pouco sobre as características do aluno.

Identificou se é tímido ou comunicativo, como se relaciona com o grupo, o conhecimento acadêmico que ele tem ou precisa desenvolver.

Talvez conheça um pouco sobre o contexto familiar, o que ele gosta de fazer, a comida favorita, o time do coração etc.

Reúna essas informações, elas serão essenciais para planejar ações pedagógicas mais inclusivas. Durante esse processo de observação considere a hipótese diagnóstica do estudante. Mais importante do que o diagnóstico é olhar para a criança. Entretanto, precisamos conhecer as características previsíveis e elaborar estratégias para facilitar o processo de aprendizagem dos alunos com de ciência.

Os alunos com deficiência intelectual e TEA (transtorno do espectro autista) por exemplo, precisam da rotina para se organizar, da mesma forma, precisam de conteúdos que façam sentido para eles.

É essencial incluir os interesses deles nas atividades, por exemplo, se o aluno gosta de animais, coloque um vídeo com animais relacionado ao conteúdo ou o comportamento dos animais para fazer analogias.


Dica 2 – Seja criativo!



Procure recursos que conectem os interesses do seu aluno e o conteúdo que precisa desenvolver. Desta forma será mais fácil usar a mesma estratégia pedagógica para todos os seus alunos, inclusive aqueles com de ciência ou dificuldade.

Os vídeos e jogos serão ótimos aliados. Chegou a hora de usar a tecnologia a nosso favor, existem diversos aplicativos voltados para educação em todos os níveis e disciplinas.

Procure recursos que conectem os interesses do seu aluno e o conteúdo que precisa desenvolver. Desta forma será mais fácil usar a mesma estratégia pedagógica para o estudante com de ciência e seu grupo de alunos.

Os vídeos e jogos serão ótimos aliados. Chegou a hora de usar a tecnologia a nosso favor, existem diversos aplicativos voltados para educação em todos os níveis e disciplinas.

Será mais fácil flexibilizar as atividades para os alunos com de ciência ou dificuldade e motivar os demais alunos.

A plataforma Khan Academy e o languini game são ótimos exemplos de como trabalhar remotamente de forma divertida, proporcionando a aprendizagem.


Já pensou em realizar uma gincana virtual? Será um momento leve e divertido para todos os seus alunos. Pense nisso!



Dica 3 - Não crie expectativas a respeito das famílias

Quantas vezes você questionou a falta de parceria das famílias?

E se queixou da falta de autonomia dos alunos e alunas?

Por que tem expectativa que agora será diferente?

Temos uma oportunidade de ouro para criar vínculo com as famílias e mediar a participação dos pais na educação formal dos filhos.

Seja empático com os pais, eles também estão inseguros e assustados. Além de todas as responsabilidades que já tinham, precisaram lidar com os filhos em tempo integral. Isso não deve ser fácil para muitas famílias!

Sugira estratégias para desenvolver a autonomia, organizar o tempo e a rotina de estudo.



Dica 4 – Nada de sobrecarregar os alunos



Menos é mais!

Respire e se acalme antes de preparar as atividades. A aprendizagem é um processo e não será avaliada através de uma atividade.

Tenha clareza sobre os objetivos que pretende alcançar, certifique-se da estratégia adequada e contemple os alunos com de eficiência.

A grande maioria dos alunos com deficiência, transtorno terá dificuldade para dar conta de grandes demandas de atividade.

Tenha clareza do que precisa aprender e flexibilize as atividades, diminuindo a quantidade ou fracionando a mesma atividade do grupo em tarefas menores.

Por exemplo, seu aluno precisa aprender sobre os estados da água, você indicou um vídeo que todos os alunos devem assistir e depois farão a experiência sobre evaporação sugerida no livro.

Esta atividade será interessante para todos os alunos, concorda?

A próxima etapa para alcançar esse objetivo é o preenchimento da folha para descrever a experiência e preencher as atividades dos livro.

Neste momento entra a flexibilização. É previsto que alguns alunos enfrentem dificuldade para o registro escrito, sugira outras possibilidades. O que você acha de pedir para ele gravar as observações num áudio?


Flexibilize a quantidade de atividades e ajude o aluno a interpretar o enunciado.


Precisamos deixar esse momento mais leve sem deixarmos de fazer o que precisamos. Tenho certeza de que estratégias planejadas desta forma proporcionarão mais engajamento, participação e autonomia dos estudantes, inclusive aqueles com de ciência.



Dica 5 – Utilize formas criativas para avaliar


A avaliação é um processo contínuo. Chegou o momento onde podemos avaliar os alunos de forma mais inclusiva.

Quem sabe gravar um podcast, um vídeo ou a produção de um jogo?

Seu aluno com de ciência poderá expressar o que aprendeu com mais facilidade e você terá a oportunidade de conhecer talentos escondidos em seu grupo de alunos.


Dica 6 - Dica de ouro!! Converse com seus alunos!


As conversas virtuais têm proporcionado refrigério nestes tempo de solidão. Aproveite este tempo para conhecer seus alunos, acolher as emoções e ouvir deles como querem ser ajudados.

Será uma oportunidade para você ter insights para estratégias mais inclusivas, que contemplem todos os alunos, cada qual com sua especificidade e característica.


Texto adaptado de: "Inclusão em tempos de quarentena - Silvia Ferraresi";

Silvia Ferraresi, educadora inclusiva

Contatos: @assessoriainclusaonaescola

email: silvia@inclusaonaescola.com.br

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