“Foi Omama que criou a terra e a floresta, o vento que agita suas folhas e os rios cuja água bebemos. Foi ele que nos deu a vida e nos fez muitos. Nossos maiores nos deram a ouvir seu nome desde sempre. No começo, Omama e seu irmão Yoasi vieram à existência sozinhos. Não tiveram pai nem mãe. Antes deles, no primeiro tempo, havia apenas a gente que chamamos yarori.”
Esse é o início de um livro maravilhoso escrito por Davi Kopenawa Yanomami que conta toda a história, a filosofia, cultura e vivência do povo yanomami. Um livro profundo, complexo, completo e que não perde nada para os grandes tratados filosóficos europeus. Davi Kopenawa e outros grandes pensadores indígenas, como Ailton Krenak, mostram como são deturpados todos os conceitos que a grande maioria da população branca brasileira tem dos povos indígenas que habitam essa terra há milhares de anos. Conceitos deturpados que muitas vezes se traduzem em preconceito e violência contra esses povos que tem seu próprio estilo de vida, cultura, educação, alimentação, esportes e nas últimas duas décadas têm surgido novas lideranças indígenas pelo país tentando esclarecer e apresentar para a sociedade branca uma realidade desconhecida de todos nós. E dentro desse quadro de retomada dos valores indígenas nossa escola se propôs a divulgar os
esportes de origem indígena como a corrida de toras e a luta huka huka nas disciplinas de História e Educação Física nos nonos anos.
O professor Orlando Pereira de Souza (de História) discutiu a temática de discriminação contras as minorias no Brasil dando ênfase para os povos indígenas e na intenção de desmistificar os preconceitos enraizados contra esses povos apresentou vários vídeos em sala de aula mostrando a cultura, a educação e os esportes indígenas, notadamente o festival do Kuarup que acontece anualmente no Xingu. A professora Ana Paula Kasteckas (Educação Física) trabalhou a temática das lutas corporais em sua disciplina e entre elas a “huka-huka”, luta de origem indígena onde dois oponentes iniciam o combate de joelhos e tem como objetivo derrubar o adversário colocando suas costas no chão.
As duas atividades desenvolvidas pelos professores trouxeram um novo olhar para os estudantes de nossa escola sobre os diversos povos indígenas presentes em nosso país, suscitando o interesse em conhecer um pouco mais de sua cultura.
