Em mais uma ação de troca de experiências e aprendizado compartilhamos a análise da obra "Noite na taverna" de Álvares de Azevedo, realizada pela aluna secundarista do Josué Benedicto Mendes, Larissa Bagdad.
Com supervisão da professora Jéssica Barbosa Alves, Larissa nos oferece uma narrativa envolvente e enriquecedora do conhecimento. Acompanhe:
Para saber mais:
Enredo:
A narrativa é composta de sete quadros intitulados: "Uma noite do século", "Solfieri", "Bertram", "Gennaro", "Claudius Hermann", "Johann" e "Último beijo de amor".
O enredo se passa com um grupo de jovens numa taverna. Reunidos, eles contam histórias por assuntos diversos, mas com um elo comum: todas são trágicas, impregnadas de vícios, de crimes hediondos que vão de assassinatos a incestos, de infanticídios e fratricídios. Todos os casos são repassados de amor pervertido, cujos pares se envolvem em relações delirantes, absurdas e pouco reais.
Personagens
Solfieri era um jovem boêmio alcoólatra, persistente, pois fez de tudo para alcançar o amor da mulher.
A mulher amada e idolatrada de Solfieri era como um anjo para ele. Era uma pessoa que sofria de catalepsia e era depressiva.
Bertram era ruivo, tinha pele branca e olhos verdes. Alcoólatra, boêmio e influenciado por sua amada, muda seu jeito amável de ser, tornando-se um ser obscuro e cheio de vícios, provocando a sua própria decadência.
Ângela era uma morena andaluza. Na visão de Bertram, era calma, pura, uma mulher perfeita, um verdadeiro anjo. Mas no decorrer da história, como prova de amor, ela se revela, mostrando seu lado agressivo e voraz.
A mulher do comandante era branca, melancólica, triste e carente. Era pura, mas suas atitudes no decorrer da história, mostram o quanto era infiel.
O comandante era um homem belo, com rosto rosado de cabelos crespos e loiros. Era valente, brutal, mas um bom esposo.
Gennaro era um pintor bonito quando jovem, puro, pensativo e melancólico. Era cínico e não respeitava o sentimento dos outros. Tornou-se desonrado, mas não podia esquecer seu grande amor, Nauza.
Godofredo Walsh foi professor de pintura de Gennaro. Era robusto, alto e forte. Casou-se duas vezes. Agia por impulso, pois queria vingança ao saber que foi traído pelo seu próprio aluno.
Laura era filha de Godofredo do primeiro casamento. Pálida, de cabelos castanhos e olhos azuis. Amava Gennaro, mas era um amor puro, sem malícias. E desse amor geram-se desilusões.
Nauza era jovem, bonita, tinha a pele macia, sentia-se carente, mas encontrava carinho nos braços de Gennaro, seu amor.
Claudius Hermann era muito rico e por isso, gastava muito em orgias. Não se importava com a desonra, nem com o adultério. O que lhe importava era ter a sua amada, Eleonora.
A Duquesa Eleonora era bela, pura, linda e vaidosa. Tinha a pele alva e cabelos negros. Seu rosto era rosado, seu lábio fino e avermelhado. Ela amava o seu marido, mas resolve fugir com Claudius após ter se relacionado com o mesmo pensando ser seu amor. Esta atitude estranha da moça se deu por ela não querer ser considerada adúltera.
O Duque Maffio era marido da Duquesa Eleonora. Amava-a loucamente, o que o levou ao assassinato de sua esposa e o seu suicídio.
Johann era um boêmio obsessivo, curioso e nervoso. Desonra a própria irmã e mata o irmão, sem saber.
Artur ou Arnold era um rapaz loiro de feições delicadas, possuía o rosto oval e faces avermelhadas. Amava muito Geórgia.
Geórgia irmã de Johann era pura, inocente e apaixonada, mas no decorrer da história ela se entrega para ele crente de que era para seu amor.
O Irmão de Johann era protetor, uma vez que ao ver que um homem desonrara a irmã, quis matá-lo.
Protagonistas
Solfieri, Bertram, Gennaro, Claudius Hermann, Johann, Artur, Geórgia.
Personagens secundários
Mulher de Solfieri, Ângela, Godofredo Walsh, Laura, Naura, Eleonora, Duque Maffio.
a) Tempo:
Sobre os limites do tempo e do espaço nada se encontra de seguro ou de definitivo, como datas época ou duração. Os fatos acontecem em alguma taverna, em algum lugar, em algum tempo, tudo muito vago.
O livro foi escrito tanto em tempo cronológico como em tempo psicológico. O tempo que decorre dentro da taverna é cronológico, real: "Cala-te, Johann! Enquanto as mulheres dormem e Arnold - o loiro - cambaleia e adormece murmurando as canções de orgia de Tieck, que música mais bela que o alarido da saturnal? Quando as nuvens correm negras no céu como um bando de corvos errantes, e alua desmaia como a luz de uma lâmpada sobre a alvura de uma beleza que dorme, que melhor noite que a passado ao reflexo das taças?"
Ocorre o que chamamos flash back. A partir do momento que os jovens começam a contar suas histórias, eles mergulham nas lembranças do passado e o tempo passa a ser psicológico. "Era em Roma. Uma noite a lua ia bela como vai ela no verão por aquele céu morno, o fresco das águas se exalava como um suspiro do leito do Tigre. A noite ia bela".
No decorrer do livro, há uma alternância entre estes dois tempos. Quando uma personagem está contando sua história, ela retorna ao ambiente da taverna, não permanecendo direto no tempo psicológico.
b) Ambiente:
De início, o ambiente é um local comum: uma taverna. Através das conversas entre os jovens boêmios vemos que estes estão em profunda depressão e melancolia, bebendo, fumando. Discutem sobre descrenças religiosas e a imortalidade da alma. Começam então a contar as histórias de amor, assassinatos, violência e morte. Todas estas histórias ocorrem durante um momento de delírio e de muito desabafo. A partir das misteriosas e trágicas histórias o leitor é transportado para um ambiente muito diferente do que está acostumado.
c) Narrador:
O livro inicialmente é narrado em terceira pessoa, onde apresentam os personagens na taverna, depois se torna em primeira pessoa com cada personagem contando suas histórias.
Colaboração: Larissa Bagdad Fogar, aluna do segundo ano do Josué Benedicto Mendes
Profª. Jéssica Barbosa Alves, formada em Letras, professora de Língua Portuguesa do Josué Benedicto Mendes
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