Na última sexta-feira, dia 31 de julho de 2020, o Josué Benedicto Mendes realizou mais um encontro de troca de saberes. As professoras Ana Claudia e Fátima e os professores Charles e Daniel conversaram a respeito da obra imortal Otelo de William Shakespeare (1564-1616), apresentando enredo, personagens, contexto histórico e a intertextualidade da obra com outra: Dom Casmurro de Machado de Assis.
Nossos alunos contribuíram com impressões sobre o tema e uma boa discussão sobre a questão feminina e lugar da mulher na sociedade.
Dados rápidos sobre Othelo:
Escrito entre 1602 e 1604;
Elementos potenciais em tragédia: união de uma mulher branca com um mouro (negro de origem muçulmana); posição elevada de um mouro na sociedade européia (cristã);
Temas principais: preconceito; ciúme; vingança;
Os mouros (também chamados mauros), são um povo árabe-berbere que conquistou a Península Ibérica (região onde se localiza Portugal e Espanha), oriundos principalmente da região do Saara e da Mauritânia;
Ciúmes: o ciúme é um sentimento de insegurança que vem do medo de perder uma pessoa, em que o seu maior desejo é preservar e permanecer em uma relação;
Ciúme obsessivo: segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV-TR, 2002), é um Transtorno Delirante Paranóico centrado na obviedade sem motivo evidente ou justo de que está sendo traído ou enganado pelo parceiro. Nesse transtorno, pequenas evidências, como chegar mais tarde em casa, perfumes diferentes ou até mensagens privadas, tornam-se uma justificativa acumulada para o delírio, que pode levar até a medidas extremas com acusações verbais, violência e abuso.
Sintomas do ciúmes
É difícil nos darmos conta dos sintomas que podem indicar um excesso de ciúmes ou até os sinais de um ciúmes obsessivo, mas em geral há algumas atitudes e sensações mais genéricas:
Pensamentos de traição e abandono;
Busca constante por pistas ou evidências que indiquem uma traição;
Medo excessivo de perder a pessoa, causando até mal-estar físico;
Análise constante dos pensamentos, gestos e atitudes do outro;
Violação da privacidade;
Controle excessivo do dia a dia do outro;
Interferência nas relações pessoais e profissionais do outro;
Criação de situações imaginárias que levam a conclusões sem sentido;
Insônia, agitação, ansiedade e até depressão;
Sentimento de solidão e tristeza profunda quando não está junto ao outro.
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